14 de outubro de 2011 - Atualizado em: 29 de abril de 2017
Por: Alexandre Batista
Por: José Paulo Dornelles Cairoli – Presidente da CACB.
A presença de um número significativo de entidades que compõem a nossa base no 19º Congresso da CACB, que marcou a posse da nova diretoria da Confederação e o início da nova gestão, simbolizou os primeiros passos de uma grande caminhada que iniciamos agora. A união da nossa categoria e a força do associativismo, que respalda a nossa independência e que nos deu robustez ao longo da história, são os dois pilares que vão nos apoiar para fazer uma CACB ainda mais presente junto aos seus associados, e atuante na defesa das bandeiras e das ideias sobre o país.
O exercício da representação ganha um sentido cada vez mais especial no Brasil. Estamos todos – não só as lideranças empresariais, mas a sociedade de um modo geral – aprendendo a caminhar sem a tutela do Estado e livres da tradição patrimonialista da política brasileira. Assim, nossas conquistas dependem cada vez menos dos favores dos governos de plantão e cada vez mais da nossa própria iniciativa e mobilização. Por isso, uma das diretrizes da nossa gestão, conforme ressaltei no discurso de posse, será eliminar gradativamente os resquícios de terceirização na representação da opinião política e dos interesses econômicos do nosso setor, e exercer nosso papel de modo mais direto possível. Vamos, portanto, arregaçar as mangas e trabalhar por uma agenda positiva para o setor e para o Brasil.
E que agenda é essa? Em primeiro lugar, é preciso desonerar a atividade produtiva reduzindo impostos, seguindo o caminho mais consistente para a retomada da atividade econômica. Em segundo lugar, combater a informalidade e a ilegalidade. A pirataria e o contrabando desvirtuam o verdadeiro conceito da livre concorrência, e são males que ferem a dignidade das pessoas e eliminam empregos dos brasileiros. E em terceiro lugar, enfrentar de maneira defi nitiva a agenda das reformas perdidas. Durante os anos 90, o Brasil conquistou a estabilidade econômica e avançou nas privatizações, com a quebrados monopólios, com medidas de desregulamentação e de abertura de sua economia. Mas não enfrentou alguns nós estruturais que continuam a ser um entrave para um ciclo de desenvolvimento mais consistente e sustentável.
Tivemos reformas (administrativa e previdenciária) tímidas e precárias. Além disso, praticamente não avançamos no que diz respeito às reformas da legislação trabalhista, à reforma tributária e à reforma política. No início do novo século, conquistamos espaço na área social, como a acentuada queda da desigualdade de renda do país. No entanto, assim como o governo anterior, este governo também não produziu as reformas tão esperadas e necessárias para elevar o grau de competitividade de nossa economia, gerando mais renda e emprego.
Para que essa agenda seja possível, é preciso criar um novo ambiente político no país. Será muito ruim fazer o debate político de 2010 com os olhos no passado, prisioneiros do julgamento entre governos anteriores. Ao invés de discutir o passado, precisamos projetar o futuro, as reformas que são necessárias para essa nova era que se abre; e, se possível, construir uma agenda nacional de consenso em torno de algumas mudanças que são necessárias para que a economia cresça ainda mais, para que tenhamos mais empregos, e inclusive para que exista mais governabilidade para o próximo Presidente da República, independentemente de quem seja. Esse é o salto de maturidade que o Brasil precisa, e é para isso que vamos trabalhar.