18 de abril de 2012
Postado por: admin
Santa Catarina contará com oito Institutos de Tecnologia e dois de Inovação, que serão instalados no âmbito do Programa SENAI de Apoio à Competitividade da Indústria Brasileira, lançado no dia 13, em Brasília, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O evento contou com a presença da presidente Dilma Rousseff, dos ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e da Educação, Aloizio Mercadante e do presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
Em todo o país, o Programa terá investimentos da ordem de R$ 1,9 bilhão, dos quais R$ 1,5 bilhão provenientes de financiamento do BNDES. O valor será investido na criação de 23 Institutos de Inovação e 38 Institutos de Tecnologia, na construção de 53 centros de formação profissional e na aquisição de 79 unidades móveis, além da modernização das atuais unidades. O objetivo é duplicar o número de matrículas, alcançando, em 2014, 4 milhões de matrículas anuais.
Santa Catarina
O presidente do Sistema FIESC, Glauco José Côrte, considerou o evento muito positivo, devido às manifestações da presidente da República e dos ministros, valorizando o papel da indústria para o desenvolvimento do país. “Ficou muito claro o alinhamento do programa do Sistema Indústria ao que o governo pensa. Por isso, a iniciativa terá todo o apoio”.
Os investimentos em Santa Catarina correspondem a R$ 230 milhões, sendo R$ 130 milhões de recursos do SENAI Nacional, incluindo o financiamento do BNDES, e outros R$ 100 milhões com recursos próprios. Além da ampliação e modernização de toda a estrutura física, o SENAI instalará no estado dois Institutos de Inovação, em Florianópolis, nas áreas de tecnologia laser e segurança integrada em tecnologia da informação. Além disso, núcleos especializados no atendimento de diversos setores da indústria receberão upgrade e se transformarão em Institutos de Tecnologia, que serão focados nos setores de alimentos (Chapecó), ambiental e vestuário (Blumenau), metalmecânica (Joinville) materiais (Criciúma), eletroeletrônica (Jaraguá do Sul), logística (Itajaí) e automação e tecnologia da informação (Florianópolis). A atuação será corporativa e em rede, ou seja, envolverá todas as unidades da instituição.
Tecnologia de ponta para garantir a qualidade do produto brasileiro
Os 38 Institutos SENAI de Tecnologia (IST) oferecerão às empresas serviços técnicos e tecnológicos estruturados e abrangentes, que incluem metrologia, ensaios e testes laboratoriais para atestar ou elevar a qualidade dos produtos brasileiros. Atualmente, o SENAI presta serviços técnicos e tecnológicos para mais de 18 mil empresas ao ano. Além disso, os Institutos de Tecnologia oferecerão educação profissional em todos os níveis, inclusive cursos superiores. As atividades dos Institutos de Tecnologia se concentrarão no atendimento das necessidades dos principais eixos regionais de desenvolvimento da indústria brasileira.
Institutos de Inovação anteciparão as tendências na indústria
Os Institutos SENAI de Inovação (ISI), que atuarão em rede e integrados com os Institutos de Tecnologia, serão fortes aliados das empresas no desenvolvimento integrado de produtos, processos, pesquisa aplicada, solução de problemas complexos e antecipação de tendências tecnológicas. Essas unidades também formarão pessoal qualificado para gerar conhecimento e desenvolver tecnologias que atendam às necessidades atuais e futuras da indústria. Com atuação transversal que atenderá a todos os setores da indústria e às demandas específicas de cada região do país, os Institutos SENAI de Inovação serão focados em oito áreas do conhecimento.
Todo o processo de implantação, certificação e avaliação do trabalho dos ISI serão acompanhados pelo Instituto Fraunhofer, da Alemanha, instituição que congrega 60 centros de pesquisa em todo o mundo e presta serviços para importantes indústrias alemãs da área da tecnologia.
Exposição de projetos
Durante o evento na CNI, foi realizada uma exposição de projetos e equipamentos desenvolvidos pelo SENAI em todo o país, entre os quais, quatro catarinenses: aplicativos para tablet para auxiliar na comunicação de pessoas com deficiência e como conteúdo didático para educação profissional, a bisnaga biodegradável e o adoçante à base de taumatina, que elimina o gosto residual, típico dos demais adoçantes.
O professor Laurant Patrik Brykczynski, do SENAI em Mafra, apresentou o aplicativo para tablet que auxilia a comunicação das pessoas com deficiência. A proposta substitui pranchetas de madeira ou de papel nas quais as pessoas com dificuldade de comunicação apontam para figuras para se expressar ao, por exemplo, pedir comida ou água. Na prancheta física, as expressões são limitadas a uma determinada quantidade de páginas. O tablet permite o uso de sons e imagens em movimento e amplia o “vocabulário”, criando conexões com outras expressões ou ações.
A equipe do SENAI em Tubarão apresentou seu trabalho de desenvolvimento de conteúdos para tablet como recurso didático para a educação profissional. A escola é uma das primeiras no país a adotar o recurso como ferramenta de ensino e a desenvolver materiais didáticos interativos próprios para os tablets, além de ter sido a primeira unidade do SENAI no país a experimentar seu uso. O objetivo é criar livros eletrônicos que ofereçam maior dinamismo na leitura e interação. Os recursos facilitam outras aplicações, como a Realidade Aumentada e apostilas interativas. O projeto não está focado apenas na tecnologia, mas também na metodologia para utilizá-la da melhor forma no processo de ensino- aprendizagem.
Outro projeto catarinense apresentado em Brasília e visitado pela presidente Dilma foi a bisnaga biodegradável, desenvolvida pela a C-Pack, de São José, em parceria com o SENAI/SC. Produzida com resina oriunda do milho, batata ou cana-de-açúcar, a bisnaga se decompõe em alguns meses, em condições de compostagem adequadas. O ganho ambiental é consistente, tendo em vista que a maioria dos polímeros utilizados atualmente demora mais de 100 anos para desaparecer na natureza. A inovação colocou a C-Pack na vanguarda, tornando-se a primeira indústria brasileira a lançar bisnagas biodegradáveis para cosméticos. O desafio foi grande, pois exigiu o desenvolvimento um composto que não interaja quimicamente com o produto cosmético que vai embalar. A fórmula encontrada não provoca alterações estéticas e funcionais da bisnaga.
Outro produto catarinense apresentado foi o adoçante lançado pela Sachê e Sachê, de Ilhota. A empresa observou que os consumidores reclamavam do gosto residual deixado pelos adoçantes tradicionais e, com a ajuda do SENAI em Itajaí, desenvolveu um novo produto, a partir da taumatina. A empresa deixou de ser uma embaladora de açúcar e adoçantes produzidos por outras companhias e se transformou numa indústria.
Tanto o adoçante quanto a bisnaga foram desenvolvidos com apoio do Edital SENAI/SESI de Inovação, outra iniciativa do Sistema Indústria de estímulo à competitividade industrial.
Fonte: Sistema Fiesc