18 de agosto de 2011
Postado por: admin
O site www.deputadometro.com.br teve seu primeiro ranking lançado na tarde de hoje, 17/8, durante sessão ordinária na Assembleia Legislativa. A FACISC – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina apresentou os critérios e a colocação de cada deputado estadual. Segundo o presidente da entidade, Alaor Tissot, o Deputadômetro é uma ferramenta para acompanhar o desempenho de forma quantitativa. “Queremos deixar claro que não há juízo de valores, estamos avaliando critérios quantitativos de informações que são de domínio público. Mais tarde sim, queremos fazer uma análise qualitativa”, ressaltou.
A maioria dos deputados estaduais são favoráveis à transparência, mas questionaram os critérios do Deputadômetro. Os deputados sugeriram que a FACISC faça o mesmo procedimento para os poderes executivo e judiciário.
De acordo com o regulamento, a Facisc acompanhará a presença dos parlamentares em Plenário, nas comissões, em CPIs e nas audiências públicas; os projetos de lei propostos; as leis aprovadas; a fiscalização do Executivo; a fidelidade partidária e a fidelidade ao mandato. Segundo esses critérios, o deputado Sargento Soares (PDT) ocupa o primeiro lugar do ranking do Deputadômetro.
Reação
A reação dos parlamentares foi quase unânime. A Assembleia Legislativa é o poder mais transparente, que disponibiliza o maior volume de informações na internet, através do portal Transparência. Além disso, o Poder é vigiado diariamente pela população, que tem acesso às atividades do parlamento através da TVAL, do jornal AL Notícias e do site da Assembléia.
Para o deputado Elizeu Mattos (PMDB), a Facisc “está jogando para a platéia”. O deputado Manoel Mota (PMDB) observou que se o deputado não trabalha, não é reeleito. Mota sugeriu que a Facisc faça o mesmo com os outros poderes e também com os empresários, para ranquear os sonegadores. “Não podemos admitir que façam wikileaks com a Assembleia”.
Jailson Lima (PT) afirmou que “os deputados têm que estar preparados para tudo e que a Facisc cumpre seu papel”. Mas também sugeriu a instituição de um “corruptômetro” e de um “sonegômetro”. Darci de Matos (DEM) acompanhou seus colegas e pediu à Facisc que fiscalize os demais poderes e ponderou que “cada parlamentar tem um perfil e que o ranqueamento da Facisc é muito subjetivo”.
Joares Ponticelli (PP) também demonstrou preocupação com a escolha dos critérios. O deputado Aldo Schneider (PMDB) garantiu que uma avaliação séria tem de levar em conta os benefícios que os deputados levam para sua base eleitoral. “A sociedade nos conhece”, afirmou. O deputado Sargento Soares (PDT) avaliou que toda pesquisa tem um resultado condicionado pela metodologia escolhida e propôs trocar o primeiro lugar no ranking pela aprovação do projeto de lei de sua autoria que concede anistia aos policiais militares.
Para o deputado Maurício Eskudlark (PSDB), “ninguém tem o direito de fazer as vezes de uma corregedoria na Assembleia”. O deputado Jean Kuhlmann (DEM) ponderou que os critérios são injustos. “O Sargento Soares participa de cinco comissões e eu só de duas, é justo?”, perguntou. Mauro de Nadal (PMDB) afirmou que a iniciativa carece de racionalidade uma vez que não leva em consideração a atuação na base.
Edison Andrino (PMDB) se mostrou perplexo com a forma de avaliação proposta pela Facisc. “Como vão fazer uma avaliação dando nota para os deputados? Isso aqui não é uma escola”. Andrino sugeriu que a Facisc reconsidere o Deputadômetro. Esta também foi a sugestão de Gilmar Knaesel (PSDB). “Desistam dessa idéia, não estão contribuindo com a democracia”. O deputado Romildo Titon (PMDB) criticou o critério que considera o número de projetos apresentados. “Vamos estimular novamente a apresentação de projetos autorizativos que não têm consequências práticas?” questionou.
A deputada Luciane Carminatti (PT) observou a injustiça do critério “projetos aprovados”, uma vez que é natural que a oposição, inferior em número no Plenário, tenha mais dificuldade para aprovar projetos. “A oposição vai lá para baixo no ranking”, declarou. Kennedy Nunes (PP) também criticou a iniciativa. “Vou exigir que eles coloquem no meu nome um link para o meu tuíter, quem quiser acompanhar o que faço que me siga”, desafiou. (Com informações de Vitor Santos – Alesc)
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