14 de novembro de 2011
Postado por: admin
Com a proximidade do Natal e do Ano Novo, época em que tradicionalmente as pessoas com algum poder aquisitivo trocam presentes, a previsão dos lojistas é de um crescimento moderado nas vendas.
Para o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas, o consumidor está mais contido e as vendas não devem crescer mais do que 5%, uma vez que as famílias estão mais endividadas, em decorrência da inflação mais alta ao longo deste ano e o décimo terceiro salário será mais usado, provavelmente, para saldar dívidas e limpar o nome.
No entanto, o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Junior, estima um aumento um pouco maior, entre 6% e 7% nas vendas do comércio varejista, em relação ao final do ano passado. A expectativa é bem menor que o resultado das vendas natalinas de 2010, que contabilizaram aumento de 10% sobre as vendas no mesmo período de 2009.
Contratações
Mesmo com o crescimento moderado, para dar conta da maior movimentação de pessoas no comércio à medida que se o fim de ano, os empresários do setor estimam a criação de 160 mil contratações adicionais de mão de obra. O numero representa 11% a mais que os 144 mil postos de trabalho de 2010 e 28% a mais que as 125 mil contratações de 2009, de acordo com a CNDL.
Segundo Pellizzaro, “teremos um Natal bom este ano”, mesmo considerando o cenário de desaceleração da demanda doméstica. “As sinalizações mais fortes para contratações temporárias e crescimento das vendas vindas do Sudeste e do Nordeste, indicam um bom resultado”, acrescentou.
Produtos
A venda de produtos mais simples deverá substituir produtos com maior valor agregado nas lojas durante o período do Natal e a tendência dos estoques é reduzir as encomendas de produtos considerados top de linha, com alta qualidade. Segundo Pellizaro, o foco agora é no fortalecimento das encomendas de produtos mais simples. “Para os produtos eletroeletrônicos, por exemplo, nesta categoria, o comércio programou compras menores para o final do ano”.
Por outro lado, os avanços tecnológicos, podem reduzir o preço dos produtos, mas, segundo ele, não têm a ver com a oferta e a procura. “Uma televisão de plasma de 40 polegadas, por exemplo, chegou a custar alguma coisa como R$ 30 mil no lançamento. Hoje, custa R$ 1,5 mil”.
O representante dos lojistas destaca ainda que muitos produtos eletroeletrônicos já foram comprados no ano passado e as pessoas não trocam esse tipo de produto toda hora. Dessa forma, o comércio levou em consideração todos esses fatores e se adequou para atender ao novo perfil de demanda, que não é menor, mas diferente.
O planejamento dos comerciantes é atender as expectativas de consumo do próprio mercado, o que não significa, necessariamente, a redução de preços. Isso porque a redução nos estoques está sendo utilizada para compatibilizar a demanda e a oferta, o que não deve significar pressão para a redução de preços. “Quando existe mais demanda que oferta de produtos, o preço sobe. Quando se tem mais oferta que demanda o preço desce. Neste caso, o comércio já prevendo isso, fez a equalização dessa balança”.
Inflação
Outro fator que deve influenciar as vendas é a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e estimada pelo mercado financeiro em 6,5% para 2011. Os cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa acumulada em 12 meses, até outubro, ficou, pelo IPCA, em 6,97%. O índice é inferior aos 7,31% do levantamento anterior, mas ainda é quase meio ponto percentual acima do limite da meta definida pelo governo para este ano, que é de 6,5%.
De acordo com Pellizzaro, o consumidor está gastando mais para manter o padrão de vida e por isso, sobra menos recursos para a compra de presentes. “Isso não quer dizer que ele não terá recursos, mas o perfil de compra irá mudar, com a procura por produtos de menor valor agregado”.
Comparação de preços
Para não sair no prejuízo, ele que alerta que a pesquisa de preços ainda é a velha aliada do consumidor para fazer comparações e ter referência dos preços. “Pesquisar sempre é importante. É a assim que a gente consegue valores mais adequados ao bolso.”
Portal: Economiasc