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Depois de 23 dias, greve chega ao fim e operações portuárias em Itajaí voltam ao normal

21 de novembro de 2011
Postado por: admin

Conferentes aceitam acordo

Por Patrícia Auth, Jornal de Santa Catarina

A economia de Itajaí voltará a ganhar movimento. Dois navios estão com a atracação prevista para esta segunda-feira no porto da cidade, após o anúncio do fim da greve dos conferentes de carga e descarga, que durou 23 dias e trouxe prejuízo estimado de R$ 23 milhões para a cadeia portuária. No sábado, durante assembleia, os trabalhadores e a APM Terminals, arrendatária do Porto de Itajaí, entraram em acordo. Às 14h, o término da greve foi oficialmente divulgado. Durante o fim de semana não houve escalas no município.

– A partir das 7h desta segunda-feira, todos os 54 conferentes retornarão ao trabalho – garante o presidente do Sindicato dos Conferentes de Carga e Descarga do Porto de Itajaí, Laerte Miranda Filho.

Segundo Miranda Filho, os trabalhadores aceitaram a redução de 30% dos salários, mas exigiram o vínculo empregatício com a APM Terminals para todos os conferentes. A contratação da classe pela empresa será negociada pelos próximos dois anos. Para que isso aconteça, os 19 conferentes já vinculados ao terminal serão demitidos. Em nota oficial, a APM Terminals disse que não limitará esforços para retomar plenamente as atividades e reconstruir o conceito de excelência na prestação de serviços.

Com o fim da greve, a Superintendência do Porto de Itajaí informou que investirá na recuperação de seus clientes, que cogitaram a possibilidade de transferir escalas e serviços para outros portos catarinenses. Durante as três semanas de paralisação das atividades, cerca de 40 navios deixaram de atracar no município. A solução encontrada pelos armadores foi desviar as cargas para outros terminais próximos, como Navegantes, São Francisco do Sul, Itapoá e Paranaguá.

– O Porto de Itajaí sempre esteve presente na busca do entendimento. A greve é uma situação que não é boa para nenhuma das partes. Vamos continuar intervindo para que outras paralisações não ocorram e afetem a economia local como um todo – finaliza o diretor de Integração do Porto de Itajaí, Saul Airoso da Silva.
ENTENDA O CASO
– Os 54 conferentes de carga e descarga do Porto de Itajaí decidiram paralisar as atividades dia 28 de outubro. Entre outros benefícios, a classe reivindicava reajuste salarial e vínculo empregatício com a APM Terminals, empresa arrendatária do Porto de Itajaí. A contratação dos trabalhadores, até então, era feita através do Órgão Gestor de Mão de Obra do Trabalho Portuário Avulso (OGMO)
– Durante a greve, os trabalhadores chegaram a fazer protestos em frente ao Porto de Itajaí, com carros de som e um caixão que sinalizava a morte da classe. Várias tentativas de negociações foram feitas no período, inclusive com a presença do desembargador Garibaldo Tadeu Pereira Ferreira, do 12º Tribunal Regional do Trabalho (TRT)

PRINCIPAIS PREJUÍZOS
A cadeia portuária perdeu pelo menos R$ 23 milhões
– O desvio das embarcações para outras cidades fez com que outros despachantes aduaneiros fossem procurados
– Alguns donos de cargas pagaram mais caro pelo transporte e armazenagem dos contêineres por conta da transferência de navios para outros portos
– 40 navios deixaram de atracar no Porto de Itajaí e foram desviados para portos de outras cidades
– Perda de credibilidade junto aos clientes é um dos fatores mais preocupantes para a Superintendência do Porto de Itajaí

Categoria: Notícias