29 de novembro de 2011
Postado por: admin
Segundo dados divulgados pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), o número de empresas varejistas que realizam vendas online no Brasil cresceu de 1.305 em 2003 para 4.818 em 2008, ou seja, 269%.
Já a receita líquida advinda destas vendas cresceu 145% no mesmo período, passando de R$ 2,4 bilhões para R$ 5,9 bilhões.
Entretanto, este crescimento ainda é só o início, pois apenas 1% da receita do varejo nacional advém das vendas via internet, sendo todo o restante fruto da venda convencional. Ou seja, as vendas online têm grande potencial, mas ainda “engatinham”.
Comércio eletrônico em Santa Catarina
A rápida disseminação da internet na vida das pessoas não poderia deixar de começar a alterar uma das dimensões da vida cotidiana: o comércio e o consumo. Em Santa Catarina os números foram apresentados em mais uma edição do Painel Fecomércio Debate, desta vez com o tema “A evolução do e-commerce e as projeções para o mercado em Santa Catarina”.
Para mapear o perfil dos catarinenses no consumo eletrônico, os hábitos de compra e as perspectivas para o comércio online, a pesquisa da Fecomércio entrevistou em novembro, 2.949 pessoas em Blumenau, Chapecó, Criciúma, Florianópolis, Joinville e Lages entre os dias 1º e 4 de novembro. A pesquisa tem 95% de confiança e margem de erro de 3,5%.
Perfil do consumidor
Segundo dados da pesquisa 41% dos entrevistados ainda não conhecem o mercado on-line. Os outros 59%, já efetuaram compras pela internet. Tanto o público feminino, quanto o masculino acessam e fazem compras pelo através de sites. 62% dos homens entrevistados aderiram à nova modalidade de consumo. Dentre o público feminino este percentual é de 56%.
Já no quesito faixa etária, o comércio eletrônico é preferência dos jovens. Os dados mostram que 65% com idade entre 18 a 25 anos, já efetuaram transações online, 65% entre 26 e 35 anos, e 52% dos que têm 36 a 45 anos.
Outro ponto diretamente ligado às vendas pela internet é a renda familiar dos consumidores. Quanto maiores são os salários das famílias, maior é o percentual de compras online. Porém, chama atenção que entrevistados de todas as classes disseram já ter efetuado este tipo de negociação.
Dos que recebem até R$ 705,00; 48% já adquiriram produtos via rede mundial de computadores. Dos que têm renda mensal entre R$ 705,00 a R$ 1.126,00; o percentual é de 59%. Entre aqueles que ganham remuneração de R$ 1.126,00 a R$ 2.290,00; o número é 58%. Para os que somam salários entre R$ 2.290,00 e R$ 4.4.854,00 o índice é de 61%. Já na faixa salarial entre R$ 4.854,00 e R$ 6.329,00 a porcentagem é ainda maior: 76%. Para os com renda acima de R$ 6.329,00; o número é 66%.
Outro ponto importante da análise aponta que 81% dos consumidores da internet possuem computador em casa. Apesar disso, para os demais 19% que não possuem o equipamento em casa, o e-commerce não é uma exceção. Mesmo com a restrição de acesso, as compras são efetuadas por outros meios. 47% usam computadores no trabalho, 19% emprestam internet de amigos e parentes, e ainda outros 7% utilizam lan houses.
Hábitos de compra
Dentre as vantagens apontadas pelos consumidores do comércio eletrônico estão às facilidades na compra e entrega dos produtos. Para 39,7%, o motivo pelo qual adere ao e-commerce é a praticidade de escolher e receber os produtos em domicílio. Para 34,2% são os bons descontos que valem os investimentos. Outros 22,5% apontaram as facilidades de pagamento e outros 20,7% lembraram da agilidade em comparar preços em diversas lojas virtuais. Já para 15,2% saber todas as informações do produto é o melhor das compras online.
Os consumidores virtuais também levam em conta algumas restrições na hora de fechar negócio. 41,8% usam como critério a popularidade da loja. Este percentual só compra em empresas conhecidas no mercado. Neste segmento a rede catarinense Berlanda aparece entre as citadas na pesquisa, com 0,9% da preferência dos catarinenses. A marca mais lembrada na pesquisa foi o site de compras Submarino. Por outro lado, 37,3% compram em sites que oferecem melhores preços.
Os produtos em destaque são: celulares (24,2%), livros (22,7%) e produtos de informática (21,1%). Também são procurados os eletrodomésticos (15,4%); CD’s e DVD’s (14,8%); produtos esportivos (13,7%); passagens aéreas (13,5%); produtos de áudio e vídeo (12,8%). Produtos de beleza; alimentos; brinquedos; cama, mesa e banho; também aparecem na lista, mas em menor percentual.
As diversas formas de pagamento também são apontadas como vantagem do comércio eletrônico. 64% preferem o cartão de crédito; 26% aderem ao boleto bancário; enquanto 4% compram no cartão de débito; e outros 5% utilizam cartão específico da loja.
Para efetuar as transações, os clientes virtuais verificam as opiniões já registradas nos sites. Saber a avaliação de outros compradores é importante para 74% dos entrevistados. 67% declararam ainda, deixar de fazer compras no comércio tradicional, para adquirir os produtos somente via internet.
Projeções para o mercado
Com as informações do levantamento – Comércio eletrônico: hábitos e consumo em Santa Catarina, os empresários têm a chance de adequar seus estoques, mensurar vendas, programar ofertas e oferecer produtos que vão ao encontro das demandas apontadas pelo consumidor.
Na avaliação da Fecomércio, o e-commerce é promissor para diversas áreas do atacado e varejo. A modalidade de oferta e procura é tendência de consumo do mundo moderno não somente pelas facilidades apontadas pelos entrevistados, mas pela iniciativa empreendedora dos estabelecimentos comerciais que passaram a incrementar suas vendas com a gestão de negócios online.
A popularização das redes sociais e dos sites de compras coletivas prova que este mercado está caminhando a passos cada vez mais largos. E cada vez mais a internet será utilizada como forma de consumo pelos internautas.
Fonte: Portal Economia SC