30 de novembro de 2011
Postado por: admin
Ilustríssimo Senhor, Engº. José João dos Santos, Mui Digno Superintendente Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes no Estado de Santa Catarina.
Assunto: A economia versus a vida
Cumprimentando-o cordialmente, as associações e entidades não governamentais do município de NavegantesSC, aqui representadas pela CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas e a ACIN – Associação Empresarial de Navegantes, totalizando mais de vinte instituições sociais e clubes de serviços, e mais de seiscentas empresas navegantinas, sensibilizadas e no limite de presenciar a quantidade de acidentes e das mortes havidas na rodovia BR 470, trecho do km 02 até o entroncamento com a rodovia BR 101 daquela rodovia, temos a apresentar, registrar e solicitar de Vossa Senhoria o que segue:
Dos registros
1. Nossa economia
Todos os nossos municípios, estados e em especial o país buscam ampliar a produção econômica, exportaçõesimportações, produção industrial e comercial, a ampliação e a geração de emprego que nos últimos tempos, e em especial o município de Navegantes vive agraciado numa virtuose positiva nos deixando realizados por tudo aquilo que buscamos e idealizamos.
2. Nossas estruturas
Para que possamos atender a forte demanda gerada desses últimos tempos, observamos que nossas estruturas públicas, e neste caso as rodovias, não acompanham nas mesmas velocidades que estão sendo demandadas, gerando conseqüências não programadas, previstas ou esperadas por todos nós.
3. BR 470
Estamos conscientes e participamos de maneira ativa pelos gabinetes públicos e nos mais diversos departamentos, junto aos nossos governantes, quer queiram eles estaduais e federais, responsáveis pela duplicação dessa rodovia a mais de dez anos, mas nem por isso vislumbramos a curto, médio e longo prazo, que tal possibilidade possa acorrer na velocidade que desejamos e necessitamos.
Dos apelos
Desta forma, e impactados pelos sucessivos acidentes, com um grande número de vidas ceifadas do nosso convívio, sendo a dos nossos filhos, dos nossos amigos, dos nossos trabalhadores e também dos nossos visitantes, além obviamente dos danos materiais de grande monta, não nos cabe alternativa se não, e de forma definitiva, solicitar e implorar a Vossa Senhoria, ações que minimizem tais perdas, pois chegamos a triste, mas sensata conclusão, de que nada adianta o crescimento econômico se não preservarmos as vidas de todos aqueles usuários da rodovia BR 470, já saturada para o seu fim e atendimento.
Observamos que não somos conhecedores técnicos para determinar soluções para os problemas apresentados, tais como redutores de velocidade, lombadas eletrônicas ou físicas, cruzamento com rotatórias, barreiras impeditivas de transposição e ultrapassagens, porém somos sabedores que tal situação, como se apresenta naquele trecho da rodovia BR 470, altamente conurbado e densamente habitado, não nos é mais possível aceitar e ficarmos imóveis com tal problema.
Mesmo não sendo técnicos e nem engenheiros em trânsito, somos conhecedores que tais condições para a BR 470, no nível e nas condições em que se encontra não podem mais persistir, não podemos mais aguardar, não podemos mais estabelecer que nossos cidadões e usuários daquela rodovia continuem pagando com a vida a inépcia dos que decidem por nós.
Temos a consciência que somos reféns deste único acesso de transito de veículos que transportam as mercadorias para exportação, importação do nosso e dos outros estados da federação, de consumo e as produzidas no nosso município, além de possibilitar a todos a sua utilização o uso de um aeroporto internacional e que atende todo o Vale do Itajaí e circunvizinhanças, e que movimenta anualmente mais de 1.500.000 de pessoas que decidem e que necessitam transitar pela rodovia. Além e necessariamente os nossos turistas e veranistas, e ainda e principalmente nossos trabalhadores que se põem em risco diariamente no uso necessário da rodovia.
Conclamamos a Vossa Senhoria, todo o seu esforço possível junto aos seus pares e junto ao Ministério dos Transportes para realizar URGENTEMENTE ações que nos possibilitem utilizar a rodovia com maior segurança, nos colocando a vossa disposição para juntos encontrarmos soluções remediadoras, até que se conclua a propalada e desejada duplicação, e assim possibilitar aos nossos usuários o direito constitucional de ir e vir sem que paguemos com nossas vidas tal ato.
Chorar e lamentar nossos mortos, arcar com os custos operacionais e materiais causados pelos acidentes ocorridos naquela rodovia, não nos basta mais, precisamos de ações solucionadoras e se assim for, estamos dispostos a arcar também com conseqüências judiciais para atender o preço que uma só vida possa nos representar. Estamos dispostos para dar um basta neste que consideramos um descaso e inoperância de um governo que defende a supressão da miséria do seu povo.
Nós também nos sentimos miseráveis, reféns de uma rodovia que ceifa nossas vidas diariamente.
Respeitosamente.
Francisco Carlos Gervásio – Presidente da ACIN – Associação Empresarial de Navegantes