10 de janeiro de 2012
Postado por: admin
Santa Catarina voltou ao nível pré-crise nas exportações graças ao bom desempenho do agronegócio. Ainda assim, a balança comercial está desequilibrada, com um déficit de US$ 5,8 bilhões, em função do aumento nas importações, principalmente da China.
Os EUA, que já foram o principal parceiro comercial do Estado, reduziram a participação nas compras de SC, de 17% para 11%.
Em 2011, a indústria do Estado registrou exportações de US$ 9,05 bilhões. O recorde anterior, de 2008, era de US$ 8,31 bilhões. Na avaliação de Glauco José Côrte, presidente da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), o crescimento de 19,4% nas exportações no ano passado foi bom, apesar de o Estado ter ficado abaixo da média brasileira.
– Não produzimos minério de ferro, combustível ou aço, produtos que puxaram o desempenho do país para o alto graças à China. Mas conseguimos um valor histórico que sinaliza a recuperação da nossa indústria – diz.
Mesmo que motores, transformadores e geradores elétricos produzidos em SC tenham contribuído para o crescimento das exportações no ano passado, com um aumento de 30,74% de janeiro a dezembro, as matérias-primas continuam responsáveis pelo bom desempenho do Estado.
A exportação de fumo e de carnes de frango e suína aparecem em três das quatro primeiras posições na pauta de exportações catarinenses. Segundo o vice-presidente da Federação da Agricultura de SC (Faesc), Enori Barbieri, SC retomou, no ano passado, a primeira colocação na produção de frangos do país. Embora tenha se mantido o Estado que mais exporta carne de aves do Brasil, havia perdido a liderança do ranking de produção para o Paraná em 2005.
A exportação de frango somou US$ 2,23 bilhões (crescimento de 28%), a de carne suína, US$ 478,5 milhões (alta de 52,41%) e de grãos de soja, com US$ 215,3 milhões ( 54,6%).
– Hoje, SC exporta frango para mais de 180 países. No caso da carne suína, cuja exportação sofreu queda em função do embargo russo, houve recuperação do setor com a abertura de novos mercados. Agora, com a expectativa de que Japão e Coreia do Sul passem a comprar suínos catarinenses, a produção do Estado deve atingir 800 mil toneladas por ano – explica.
O grão e o bagaço da soja também estão entre os principais produtos exportados por SC, mas isso se deve ao fato de o Porto de Paranaguá (PR) ter baixado uma resolução que proíbe o embarque de transgênicos.
– Como 80% da soja produzida no país é transgênica, grande parte dos grãos colhidos no MS, MT, PR e SP sai pelos portos de SC, que não têm restrições – diz Barbieri.
O presidente da Fiesc avalia que 2012 deverá repetir o desempenho morno para a indústria registrado em 2011. Resultados mais positivos, diz ele, deverão ser registrados apenas em 2013, se houver condições para novos investimentos.
– Apesar das incertezas no cenário internacional este ano, a nossa expectativa é de que o dólar fique estável, sem oscilações muito acentuadas para cima. Com isto, devemos crescer nas exportações em torno de 20% sobre a base de 2011 – projeta o presidente da Fiesc.
Importação registra marca histórica
As importações também atingiram uma marca histórica no Estado em 2011, somando US$ 14,85 bilhões – crescimento de 24%. Apenas a China é responsável por quase US$ 4 bilhões em importações de SC, ou mais de um quarto do total.
A importação de bens manufaturados e de produtos acabados perdeu a relevância, na avaliação do presidente da Fiesc, devido às mudanças no Pró-Emprego feitas pelo governo estadual no ano passado, pelo crescimento menor do país – e consequentemente do consumo – em 2011 e pela adoção de medidas tarifárias e não-tarifárias para conter algumas importações feitas pelo governo federal.
Fonte: JSC