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Indústria quer redução de custos da logística reversa

18 de junho de 2012
Postado por: admin

A lei não estabelece prazo para implantação do sistema, porém, governo está acelerando as discussões que se iniciaram em maio.

A implantação da logística reversa no Brasil ainda está em fase de discussão, mas o custo para colocar em operação todo o processo preocupa o setor industrial, que espera incentivos governamentais para amortizar parte do impacto. A afirmação é do analista de políticas e indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Wanderlei Coelho Batista, que participou da primeira reunião do Comitê de Logística Reversa da FIESC, realizada nesta quinta-feira (17), em Florianópolis.

Na prática, a logística reversa é o retorno à cadeia produtiva dos materiais descartados após o consumo com a finalidade de reciclar e reaproveitar. Batista, que acompanha de perto as discussões em Brasília, alertou que os desafios para fazer funcionar todo o processo são enormes. “A lei foi feita para o país e o desafio é implementar isso de uma maneira equilibrada e com o menor custo possível. Todo mundo que fabrica um produto que usa embalagem está envolvido na logística reversa. Não é fácil. Vai ter custo e possivelmente vamos pagar uma parte dessa conta”, afirmou ele. Também há necessidades de investimentos em recursos humanos e de fortalecimento da estrutura física das cooperativas e associações que receberão os resíduos.

Em sua apresentação, a assessora técnica do Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos (Plastivida), Sílvia Rolim, afirmou que os acordos que estão sendo negociados com o governo não podem gerar problemas de competitividade para as empresas.

Envolvimento

O especialista da CNI destacou que serão necessárias parcerias com o comércio para que estes estabelecimentos possam receber o material do consumidor e fazer a ponte com a indústria, que vai dar a destinação final e ambientalmente adequada aos produtos descartados pelo consumidor.

“Não existe logística reversa sem a participação do consumidor. O resíduo, antes de ser resíduo, é um bem que pertence a alguém. Neste momento, o consumidor é convidado a participar devolvendo os materiais em lugares adequados, que não será no lixo doméstico, com exceção de alguns tipos de embalagens, que deverão ser separadas em casa. Sem isso não se consegue implementar o sistema. O consumidor é parte principal do processo”, destacou Batista.

“Implantamos o Comitê por que é extremamente importante discutir a questão no âmbito da FIESC. Queremos alinhar posições com a indústria e os sindicatos e buscar sincronia com as diretrizes traçadas pela CNI”, afirmou o empresário Albano Schmidt, que presidirá o Comitê.

Implantação

A lei não estabelece um prazo para implantação do sistema, no entanto, o governo está acelerando as discussões que se iniciaram em maio. A indústria está participando das discussões em todos os grupos técnicos e temáticos e está em interlocução direta com o próprio governo em pontos mais sensíveis. “A indústria está participando ativamente no processo, embora o setor não tenha poder de decisão. É o próprio governo que define o que vai ser feito ou não”, ressaltou o analista da CNI.

Apesar dos desafios, Batista destaca que com esse sistema, o Brasil vai dar um salto na questão da sustentabilidade. “Vamos chegar perto do que países europeus fazem hoje”, disse ele, referindo-se à reciclagem.

No encontro desta quinta-feira também foram apresentados os programas de coleta das embalagens de óleos lubrificantes do Sindicom, o de logística reversa de óleos lubrificantes do Sindirrefino e o Programa de reciclagem de EPS (isopor) da empresa Termotécnica.

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