22 de março de 2013
Postado por: admin
Os empresários ligados a Associação Empresarial de Navegantes (Acin) conheceram, com detalhes, o estudo de viabilidade técnica para a construção da nova bacia de evolução do Complexo Portuário do Rio Itajaí. A apresentação foi feita pelo superintendente do Porto de Itajaí, Antonio Ayres dos Santos Júnior, durante a reunião semanal da entidade, realizada na terça-feira (19/03).
O vice-prefeito de Navegantes, Emílio Vieira, participou do encontro que teve também a participação expressiva dos associados. Os trabalhos foram coordenados pelo presidente da entidade, Osmari de Castilho Ribas.
De acordo com o superintendente do Posto de Itajaí, os estudos, envolvendo simulações e modelagens matemáticas, foram realizados pela empresa holandesa Arcadis e custeados pelos dois principais terminais portuários do Complexo: APM Terminals Itajaí e Portonave.
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Antonio Aires considera a adequação necessária para permitir que os terminais locais possam competir em condições de igualdade com outros portos – algo essencial para manter a movimentação de contêineres e o fluxo econômico na região.
A obra, que pode chegar a um custo de R$ 300 milhões, pagos com recursos públicos, dependerá da desapropriação de áreas em Navegantes. A previsão é que a nova bacia de evolução fique pronta em 2014, e que garanta ao complexo a adequação ao mercado por pelo menos 10 anos.
A empreitada deve permitir operações com navios de até 336 metros de comprimento e 48,2 de largura. Hoje, os terminais de Itajaí e Navegantes trabalham com cargueiros de até 272 metros e recebem embarcações maiores em caráter experimental. Terminais concorrentes, como o de Itapoá, estão aptos a receber cargueiros com até 335 metros de comprimento.
Os estudos de viabilidade para a nova bacia de evolução de Itajaí iniciaram em 2010 e, de lá para cá, quatro possibilidades foram levantadas. Duas acabaram descartadas pelas condições desfavoráveis de vento e correnteza. Restaram, como alternativas, o uso de uma área verde, localizada ao lado do porto, ou o alargamento do rio em frente ao Centreventos de Itajaí, em Navegantes – que, até agora, se mostrou a opção mais viável.
A ideia é que os navios entrem pela barra e façam um giro de 180º bem em frente ao atracadouro da Vila da Regata, que recebeu os barcos da Volvo Ocean Race. Depois, os cargueiros seguirão de ré até os berços de atracação.
Porto perde receita
Superintendente do complexo portuário, Antônio Ayres dos Santos Junior diz que a abertura de uma nova área de manobras é essencial para manter a competitividade dos portos de Itajaí e Navegantes, já que os armadores têm dado preferência a navios cada vez maiores e com mais capacidade para contêineres. A chegada dos grandes cargueiros, porém, deve impactar na receita do porto, que recebe por atracação.
A dragagem que aprofundou o canal, concluída no final de 2011, possibilitou a entrada de navios um pouco maiores do que os que vinham operando em Itajaí. Com isto, segundo Santos Junior, o porto perdeu rendimento.
Em compensação, a movimentação de contêineres, que impacta em toda a cadeia portuária, cresceu 42%.
Aumento no canal pode permitir navios maiores desde já
A Capitania dos Portos de Itajaí pediu que a superintendência do Complexo Portuário produza um novo estudo sobre as condições do canal de acesso, para avaliar se as operações estão seguras. Embora o tamanho padrão para os navios que entram nos portos de Itajaí e Navegantes seja de 272 metros, os terminais têm recebido, em caráter experimental, cargueiros de até 294 metros.
O argumento da Marinha é que as operações têm sido feitas com base em um estudo de 2009, e, desde então, o canal passou por uma nova enchente, em 2011, e por obras de dragagem.