11 de abril de 2013
Postado por: admin
Colombo já recebeu parecer favorável para a construção, que será executada pelo Exército.
Uma antiga reivindicação de lideranças empresariais catarinenses deve, enfim, sair do papel. O governador Raimundo Colombo recebeu na última semana parecer favorável para a construção da ferrovia que vai de São Miguel do Oeste a Itajaí, conhecida como Ferrovia do Frango. As obras serão executadas pelo 1º Batalhão Ferroviário de Lages, ligado ao Exército.
Colombo se reuniu na última semana com o diretor da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, e com o diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), general Jorge Fraxe.
O objetivo da parceria é aproveitar a mão de obra do Exército e ganhar tempo. “Com esta parceria, valorizamos o dinheiro público e vencemos etapas. Como se tratam de dois órgãos públicos, não é necessário processo licitatório e aguardar todas as suas fases”, explicou o governador.
A presidente Dilma Rousseff também aprovou e autorizou a execução da rodovia pelo Exército. O projeto será feito pela Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. “Vamos acertar os detalhes desta integração e definir o cronograma. Nunca estivemos tão perto de começar obra tão estratégia para Santa Catarina”, acrescentou o governador.
A expectativa é que os trabalhos comecem até o final deste ano. O traçado da ferrovia será definido pelos estudos técnicos que consubstanciarão o projeto.
Efeitos
A decisão do governo federal de construir a ferrovia terá efeitos sociais, ambientais e econômicos, avalia o presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo.
Pedrozo realça que a estrada de ferro reforçará a integração territorial, repetindo o papel que a rodovia BR-282 exerceu a partir da década de 1970.
Com o transporte de produtos e mercadorias aos portos catarinenses, a ferrovia proporcionará a redução do número de caminhões pesados no sistema rodoviário, diminuindo a poluição, os acidentes e o custo da movimentação de cargas.
Por outro lado, aumentará a competitividade dos produtos catarinenses exportáveis, que incluem carnes em geral, grãos, manufaturados, entre outros. Por isso, Pedrozo julga mais apropriada a expressão “Ferrovia da Integração” em lugar de “Ferrovia do Frango”.
O dirigente observa que tão ou mais importante que a linha férrea intraterritorial catarinense é a Ferrovia Norte-Sul, ligando Chapecó ao Mato Grosso do Sul para o transporte de grãos que abastecem o parque agroindustrial catarinense. “São mais de 2,5 milhões de toneladas de milho e soja que exigem 80 mil viagens de carretas”, exemplifica.
Pedrozo lembra que nas décadas de 50 e 60 a estrada de ferro Paraná-Santa Catarina fazia o transporte de calcáreo, adubos, trigo, soja, areia e mercadoria entre os dois estados, dinamizando a economia regional. “Precisamos recuperar esse papel das ferrovias na economia barriga-verde”, encerra.
Fonte: Noticenter