28 de maio de 2013
Postado por: admin
Santa Catarina é o quinto estado que mais movimenta a economia com importação no Brasil – só perde para Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, de acordo com os dados mais recentes, de 2011, do Sistema Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc). Mesmo com as constantes mudanças nas leis e decretos do comércio exterior do País, principalmente em relação aos benefícios fiscais de diversos setores, o Estado tem vários motivos para que as empresas optem por sua área geográfica para importar.
Entre eles estão os cinco portos marítimos instalados em Santa Catarina: Complexo Portuário de Itajaí, Porto de Imbituba, Terminais Portuários de Navegantes (Portonave), Porto de São Francisco do Sul e Porto Itapoá. Além desses, há ainda o Porto de Laguna, que atua na área da pesca. O marítimo é o meio de transporte mais utilizado no estado para importação. Conforme informações da Fiesc, em 2011, os portos – menos o de Itapoá, que ainda não estava em funcionamento – tiveram uma movimentação de mais de 25 milhões de cargas.
O Porto de Itajaí, considerado o principal do Estado, é o segundo maior do país em movimentação de contêineres, além de ser o 13º na América Latina e Caribe. Desde maio, seu funcionamento passou a ser de 24h. O Programa Porto 24h também se aplica a outras sete importantes e grandes redes marítimas do Brasil e faz parte do Sistema de Inteligência Logística, desenvolvido pela Secretaria de Portos (SEP) do Governo Federal. “Santa Catarina possui uma forte estrutura portuária, que movimenta, significativamente, sua economia. Para o setor de comércio exterior no estado, o funcionamento de todos esses portos é fundamental”, ressalta Dario Tomaselli Neto, diretor da Torent do Brasil, empresa de exportação e importação que atua em território catarinense.
O transporte rodoviário no Estado – segundo meio mais utilizado para importar – também contribui para o mercado da importação. Quinze estradas federais cortam Santa Catarina, sendo que sete são administradas pelo governo estadual. Todos os municípios possuem rodovias de acesso. A principal e maior do país, BR-101, atravessa de Norte a Sul, pelo litoral, com uma extensão de 465 quilômetros. De Florianópolis até o Paraná, toda a 101 é duplicada. Já os trechos da BR que passam pela cidade de Palhoça e seguem até o Rio Grande do Sul ainda estão em obras. “Mesmo com uma parte importante da BR-101 que não tem duplicação e outras rodovias fundamentais que precisam ser melhoradas e duplicadas, Santa Catarina possui ótimas estradas em relação a muitas regiões do Brasil, o que colabora com os serviços que necessitam trafegar por essas rodovias”, destaca Tomaselli.
Na terceira liderança de meio de transporte mais usado no setor de importação está o aéreo. Santa Catarina tem quatro aeroportos operados pela Infraero: em Florianópolis, Navegantes, Joinville e Criciúma/Forquilinha. Juntos, em 2011, tiveram mais de 83 mil movimentações de aeronaves. O aeroporto Hercílio Luz, na Capital, é o maior e com mais intensa movimentação de passageiros: foram mais de três milhões de pessoas no ano de 2011.
Diversidade industrial
De acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Santa Catarina é o oitavo Estado que mais contribui com a geração do Produto Interno Bruto (PIB) do país, com R$ 152,5 bilhões. A economia industrial catarinense é concentrada em diversos polos e regiões: no Sul, destaca-se o carvão, vestuário e descartáveis plásticos; no Oeste, os setores mais fortes são alimentício e móveis; vestuário, naval e cristal predominam no Vale do Itajaí; metalurgia, máquinas e equipamentos, material elétrico, autopeças, plástico, confecções e mobiliário são referências no Norte; na Região Serrana, o madeireiro prevalece; já na Grande Florianópolis, o setor tecnológico é o que segue em alta.
No mercado da importação, Santa Catarina ocupa o quinto lugar do ranking nacional, gerando uma participação de 6,52% em 2011. Em âmbito estadual, Itajaí lidera entre as principais cidades importadoras, seguida de Joinville e Florianópolis. China, Chile e Argentina ocupam, respectivamente, o pódio dos países que mais exportam para o estado. No ano de 2011, conforme dados da Fiesc, as importações catarinenses movimentaram quase 15 bilhões de dólares FOB (Free On Board – sigla do setor de comércio exterior). Os materiais mais importados foram os bens intermediários (alimentos e bebidas destinados à indústria, insumos industriais, peças e acessórios de equipamentos de transporte e bens diversos).
Ferrovia do Frango
Recentemente, foi anunciada pelo Governo Federal a construção da Ferrovia da Integração – também conhecida como Ferrovia do Frango –, que terá, a princípio, um traçado de 862 quilômetros ligando o Oeste ao Litoral catarinense e está prevista para ser concluída em 2019. A ferrovia será mais um meio de transporte para acoplar o setor econômico do interior do estado com os portos.
Para Tomaselli, Santa Catarina tem muito a ganhar com essa obra, principalmente o setor de comércio exterior. “A ferrovia irá desenvolver ainda mais a economia do estado, além de desafogar o fluxo de carga das rodovias, como a BR 470, que não é duplicada e é atualmente a principal estrada de ligação entre o Oeste e o Litoral”, afirma. “O meio ambiente também será beneficiado, com a diminuição da poluição na locomoção dos caminhões. Com a Ferrovia da Integração em funcionamento, os setores indústrias catarinenses gerarão novas oportunidades e competitividade”, explica.
Fonte: Noticenter