Pois bem senhoras e senhores… é extremamente claro que o artigo publicado na edição do dia 15/01 do Jornal Diarinho de Itajaí, relacionado às questões do aeroporto de Navegantes, nada tem a ver com o interesse de quem escreveu sobre a modernização do aeroporto e os benefícios que esse aparelho possa trazer para nossa região, mas nitidamente tem o interesse, ou digamos, desinteresse político pela forma como a ACIN – Associação Empresarial de Navegantes e demais Associações envolvidas nas questões estruturantes da nossa economia regional, vem tratando os problemas do nosso município e região e que neste momento sente-se agradecida por ter sido provocada a prestar esses esclarecimentos.

Primeiramente toda essa polemica sobre a questão do aeroporto de Navegantes, nos deixa extremamente satisfeitos, pois apenas prova que empresário e comunidade unidos em torno de um assunto de interesse regional, fazem com que as coisas andem e aflorem no interesse de todos, sem depender de políticos, sejam dos que trabalham pelo bem coletivo ou dos que usam a ignorância do coletivo para benefícios próprios. Mas o importante é que se discuta, que a comunidade participe e os “políticos” juntamente com seus comandados entendam de uma vez por todas que estamos chegando no limite de uma era, e que políticos ruins, estão entrando na sua fase de extinção, porque não permitiremos mais mentiras, arranjos e articulações, sem que tenham as respostas que estamos nos preparando para dar nas urnas, nas próximas eleições desse e dos próximos anos.

Voltando ao aeroporto, queremos esclarecer que há três anos quando a Associação Empresarial iniciou a campanha para tirar da estagnação o aeroporto de Navegantes, pedimos apoio de inúmeros políticos da nossa cidade e região, alguns deles citados no artigo deste “jornalzinho” e tudo o que ouvíamos era que estávamos perdendo nosso tempo e realmente perdemos tentando trazê-los para nossa luta. Pois bem, fomos em frente, no início sozinhos, depois tivemos apoio de outras entidades e Associações.

O fato é que esse “jornalzinho”, ou mente ou publica informações sem checar a veracidade, quando insinua que não queremos privatização. Muito pelo contrário, nossa primeira tentativa foi pela privatização do aeroporto de Navegantes, consultamos na época, empresas e autoridades já envolvidas em privatizações de outros aeroportos em outros estados, até secretário de governo federal, mas tudo o que ouvíamos era que o aeroporto de Navegantes era pequeno demais para entrar na lista dos aeroportos que iriam ser privatizados, menos de 3,5 milhões de passageiros ano não viabiliza, era o que ouvíamos em todas as esferas.

À partir daí partimos para o que nos restava fazer, nos aproximamos da INFRAERO para cobrar investimentos e o que nos parecia uma parceria improvável, resultou em um belo trabalho de equipe que evoluiu. Porém, após a privatização do aeroporto de Florianópolis e a transferência das atenções da INFRAERO, para este que passou a ser o último e mais importante aeroporto da rede INFRAERO para o sul do pais, o aeroporto de Navegantes, e somente à partir daí, os interesse que até então eram somente dos empresários e comunidade, afloraram e passaram a ser o interesse de alguns políticos locais. Mas por que será? Bondade? Crise de consciência de políticos? Continuo acreditando que isso não exista. O interesse surgiu justamente quando o aeroporto de Navegantes passou, por exemplo, a negociar com forte apoio da INFRAERO os voos da Argentina, que antes só desciam em Florianópolis, a vinda de investimento na construção do muro patrimonial, para resguardar a área de ampliação já indenizada, que há 23 anos vinha sofrendo com invasões e a AMFRI, que se diz tão preocupada com o aeroporto nada fazia além de seus pares criticarem a infraestrutura do aeroporto.

Com relação ao InovAmfri, mente quem afirma que possui um projeto para o aeroporto, ou se tinha era um segredo guardado a sete chaves, nem o presidente da AMFRI sabia, pois vejam bem, o presidente da AMFRI era o então prefeito de Navegantes, e foi nessa gestão que a ocupação irregular das áreas reservadas a expansão do aeroporto aconteceram. Em comitiva oficial formada por diretor da ACIN, comandante da polícia militar da época; por um representante da OAB e por alguns vereadores, após ineficácia das nossas comunicações a secretários de governo, fomos pessoalmente cobrar providencias daquele executivo, na época, quem comandava a AMFRI, e o resultado desse interesse todo da AMFRI pelo aeroporto resulta em hoje quase quatrocentas famílias na área reservada à construção da pista. Sem citar as fortes tentativas de tirar do plano diretor da cidade, durante a mesma gestão, o projeto de expansão do aeroporto, onde tivemos inclusive que reverter tal disparate, já votado e aprovado, em uma viagem a  Brasília em reunião com o então secretário da Aviação Civil – Eliseu Padilha, pois o mesmo, demonstrando total perplexidade, “exigiu” que o mesmo secretário que havia colocado e aprovado em plano diretor a eliminação da expansão do aeroporto, revertesse tal situação ou ele mesmo “o secretario da aviação civil”, o faria. Nem vou comentar sobre os incentivos aos proprietários de áreas ainda não desapropriadas para ocupá-las de alguma forma com construções porque segundo o prefeito/presidente da AMFRI, o aeroporto não seria ampliado (isso apontado pela comunidade em reunião aberta da ACIN no auditório da Portonave), nem vou comentar também do caso do vice-prefeito de outra cidade, mas que faz parte da AMFRI, pré-candidato a deputado, que veio a Navegantes prometer luz e regularização de terras aos ocupantes irregulares das áreas reservadas a construção da nova pista. Isso é só para mostrar como esse é um assunto “falsamente – discutido dentro da AMFRI” ou se discutem não existe consenso… Façam o favor senhores, a comunidade e os empresários aprenderam a interpretar os políticos, não nos enganam mais!

Quanto aos argumentos de que o senhor Paulinho Bornhausen teria um belo projeto para o aeroporto, também digo que é mentira, pois envolvido até a alma como estamos com esse assunto, nunca vimos nem tomamos conhecimento de usa existência, não passam de especulações e promessas políticas. A ACIN abriu espaço em uma reunião ordinária, aberta ao público, nas suas dependências, para que uma empresa convidada por esses “políticos da região” colocassem uma proposta de privatização para o aeroporto, mas a única apresentação que vimos, e está a disposição de quem quiser conhecer, foi um “croqui” que beirava a infantilidade de uma proposta, com uma modesta ampliação do terminal de embarque, sem uma nova pista, “porém…”, trazia como principal premissa a “MUNICIPALIZAÇÃO” do aeroporto para que a prefeitura municipal procedesse com a privatização posterior – “não sei o que os senhores e senhoras pensam à respeito disso, mas a mim e aos nossos pares empresários, pareceu cheirar mau…”

Bem senhoras e senhores e “jornalista” desse “jornalzinho”, a ACIN e seus membros e pares e lideranças empresariais, estão apenas cansados de serem enganados. Temos falado aos “sete ventos” mas os senhores parecem não entender que não somos contra privatização, somos contra sacanagens, queremos transparência, queremos ver um PROJETO DE VIABILIDADE ECONÔMICA, onde se considerem os investimentos que são necessários ao aeroporto de Navegantes, para cinco, dez anos, e nos provem que economicamente isso seja viável para iniciativa privada, venho pedindo esse projeto, mas não conseguem viabilizar ou não sabem fazer, “o que é normal entre os nossos políticos”,  até aqui só estamos vendo vários aeroportos que foram privatizados e agora querendo ser devolvidos pela iniciativa privada, renegociando aditivos, algumas empresas querendo rescindir e outros aeroportos municipalizados sendo entregues para a INFRAERO, como é o caso de Chapecó-SC, por exemplo. “Não queremos é o nosso aeroporto entregue nas mãos de quem gostaria que ele não existisse”. Quem quiser aprofundar um pouquinho, leia ou nos solicite que disponibilizaremos artigos sobre a polêmica que vem ocorrendo com por exemplo, o aeroporto de Pampulha-BH.

De qualquer forma continuaremos sem entender porque esses “políticos” têm demonstrado tamanho interesse por um aparelho que eles há mais de vinte anos não lembravam mais que existia, enquanto o porto de Itajaí continua público e com custos elevadíssimos pelo aparato político que precisa absorver, porque não se dedicar a privatização deste importante porto da economia catarinense? A BR 470 continua recebendo atenção apenas do empresariado que lutam sozinhos com parlamentares e ministros em Brasília, nossa ANVISA continua com meia dúzia de fiscais comprometendo em muitos momentos nossas operações portuárias, enquanto outros terminais próximos conseguem maior eficiência destes serviços devido a melhor adequação da quantidade necessária de mão de obra. Será que essas questões não darão o retorno que “esses políticos” desejam? Porque eles não continuam insistindo na ponte ou túnel entre Itajaí e Navegantes? É só próximo de eleição que se fala nisso?

Quanto ao Aeroporto, evoluímos muito, tivemos vitórias, investimentos já realizados, investimento vindo nos próximos dias. Mas… nos apresentem uma proposta séria, saiam da esfera das promessas feitas por rostinhos bonitos sobre privatização, que seja aberta a comunidade, um projeto de viabilidade econômica com os investimentos programados no projeto do governo federal, para a ampliação do aeroporto de Navegantes. Se provarem a viabilidade seguiremos a frente levando a bandeira da privatização, ou calem a boca e nos deixe trabalhar em paz, pois precisamos de um aeroporto eficiente, a nós não interessa ser amigos do dono do aeroporto.

Não brinquem nem tentem desestruturar a imagem de entidades ou pessoas que tem argumentos para ficar mais um ano falando sobre esse assunto com os senhores, argumentos suficientes como falar sobre os políticos que foram e atuaram contra a criação do porto de Navegantes e agora tocam tambor, exaltando a sua importância, porque graças a ele nossa economia está viva apesar dos percalços que o país vive todos os dias, falar sobre a perda de oportunidade que Navegantes teve quando tivemos a posição contraria do nosso executivo municipal e alguns do legislativo, pela criação da bacia de evolução na região do bairro São Pedro, pois a bacia poderia estar pronta  o bairro supervalorizado, embelezando e valorizando nossa cidade.

E por fim “MAIS UMA VEZ”, nos colocamos a disposição para conversas francas, públicas, abertas, como as que temos participado em todos os momentos para esclarecer nossas posições, diferente dos que fazem o contraponto desta matéria que nunca participaram de nenhuma dessas conversas nem dos diversos debates já realizados, em Navegantes, Itajaí, Blumenau, preferindo atuar nos bastidores, “manipulando seus bonecos”.

A fórmula para convencer empresários sérios e trabalhadores chama-se PROJETO VIÁVEL!

Se os senhores não apresentam, ou é porque o projeto não é viável, ou poderá demonstrar as suas verdadeiras intenções.

Mas estamos hoje mais felizes e seguros em saber que empresários e comunidade conseguem formar uma massa tão forte para mudar o rumo de “intenções políticas pouco esclarecidas”.

Continuaremos lutando pelo projeto que conhecemos, o resto até o momento é só promessa de políticos.

Quanto aos idiotas que tentam brincar com a opinião pública, tentando colocá-la contra as entidades sérias, falam dos riscos de perdas de oportunidades, gostaria de lembrar que nosso estado arrecadou em 2015, R$ 46.219.590.989,00 e recebeu do governo federal R$ 8.635.169,117,82 em investimentos federais; arrecadou em 2016, R$ 45.790.939.764,94 e teve revertido em investimentos no estado  R$ 9.386.602.299,84; enquanto outros estados não arrecadam o que arrecadamos, mas recebem o dobro e até o triplo do que arrecadam em investimentos do governo federal. Que nossas prefeituras andam abarrotadas de funcionários, comandados por agentes que não sabem o significado da palavra gestão, visando a perpetuação de certos políticos no poder. Ou seja, a única oportunidade que temos perdido é de votar em políticos competentes, sérios de verdade e trabalhadores, com os quais nos governos, não estaríamos perdendo nosso tempo valioso, tendo toda essa discussão.

Privatizado ou público, o que queremos é que o aeroporto de Navegantes

se torne um gigante para nossa economia! 

Rinaldo Luiz de Araújo