11 de abril de 2025
Postado por: Alexandre Batista
Com o anúncio da aplicação das “tarifas recíprocas”, por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, nesta semana, passaram a valer um conjunto de taxas para mais de 180 países, com taxas que variam de 10% a 50%. Para a Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (FACISC), o estado tem o potencial de aumentar as vendas para vários países, principalmente os que estão com as maiores tensões políticas com os EUA. O Japão e a China, por exemplo, estão neste grupo e já estão entre os maiores compradores de carne suína, tanto dos EUA como de Santa Catarina.
A vice-presidente da FACISC, Rita Conti, explica que qualquer aumento na cobrança de impostos impacta negativamente a saúde financeira das empresas. No entanto, como o Brasil está no grupo dos países que foram menos taxados pelos EUA, Santa Catarina pode superar as dificuldades e se beneficiar da diferença do imposto de importação que foi aplicada a seus concorrentes mundiais.
“O menor imposto de importação às exportações brasileiras (e catarinenses) tende a beneficiar as exportações de vários produtos do agronegócio em Santa Catarina, que já têm um histórico de diversificação de parceiros comerciais, principalmente no período pós pandemia. Há possibilidade, ainda, de os catarinenses expandirem suas parcerias, com a política de taxação recíproca dos EUA”, destaca Conti.
A política de taxação recíproca de Trump aplicou taxa de importação de 34% para a China e de 24% para o Japão. Atualmente, o Brasil é o sexto maior exportador mundial de carne suína.
Possíveis oportunidades – Santa Catarina pode se beneficiar de várias exportações para os EUA. Apesar da alíquota de reciprocidade de 10%, muitos produtos que Santa Catarina vende para as empresas estadunidenses poderão ter um preço total menor, em comparação a seus concorrentes mundiais (aos quais foram aplicados impostos de importação muito maiores do que aos estipulados ao Brasil).
Um exemplo concreto é o setor de motores e geradores elétricos exportados por Santa Catarina aos Estados Unidos. Os principais concorrentes de Santa Catarina nestes produtos são a China, Japão, Alemanha e Vietnã. A todos esses países, os EUA aplicaram alíquota de reciprocidade muito acima da estipulada para o Brasil (Japão 24%, China 34%, Vietnã 46% e Alemanha 20%). Consequentemente, os motores e geradores elétricos catarinenses se tornarão mais atrativos em termos de custos para os empresários estadunidenses.
Agronegócio – Vários produtos do agronegócio que Santa Catarina exporta para esses países têm os EUA como grande concorrente. A carne suína, por exemplo, pela qual Santa Catarina é polo internacional no setor e líder nas exportações brasileiras, tem como grande concorrente os EUA, que é o segundo maior exportador mundial do produto. Também a carne de aves, cujo maior exportador do mundo é o Brasil (26%), seguido dos EUA (15% da participação mundial).
A guerra comercial entre EUA e Ásia abre mercado para Santa Catarina crescer suas exportações para países como a China e Filipinas, bem como possíveis oportunidades de entrar em novos mercados, como Taiwan.